Bom dia Carolei[i], como
foi o fim-de-semana de vocês? O feriadão foi bom? Hoje quero escrever sobre o
Triângulo Dramático das Relações. É isto mesmo, tem este nome porque é um
processo dramático, tipo novela mexicana.
O Triângulo
Dramático das Relações diz sobre os possíveis papéis que desempenhamos em nosso
dia-a-dia nas relações com as pessoas. Trata-se do papel de vítima, perseguidor
e salvador. É um processo tóxico e não sadio. Evitar este triângulo é o nosso
desafio.
Este triângulo foi criado pelo criador da Análise Transacional
o Dr. Eric Berne e posteriormente aprimorado por seu discípulo, o Dr. Karpman e a ferramenta acabou recebendo o
seu nome. Por isto que o triângulo também é conhecido como Triângulo Dramático
de Karpman.
Em uma conversa com uma pessoa podemos adotar, por
exemplo, o papel de vítima e depois com outra pessoa o papel de perseguidor e
ainda o de salvador em um terceiro bate-papo. Existem situações em que a pessoa
em uma mesma conversa pode passar pelos três papeis.
A tendência é cada um de nós adotarmos na vida um
papel padrão de vítima, salvador ou perseguidor.
Vamos entender cada um destes papeis:
Vítima: a
pessoa que tende, em sua vida, a desempenhar este papel de vítima normalmente fica
na posição de “coitadinha”, de refém de uma outra pessoa que para ela é o seu
algoz. Adota uma postura muquerela (murmurar, queixar, reclamar e lamentar). O
seu discurso é que está em uma situação sem solução e em situações extremas
afirma que tudo dá errado para ela. A vítima normalmente elege uma terceira
pessoa para ser o seu anjo da guarda, ou melhor, seu salvador. Quem adota este
papel de vítima com frequência tende a aproximar-se de pessoas que desempenham
o papel de perseguidor, pois assim conseguirá mostrar o quanto é perseguido e
frágil na relação.
É importante diferenciar a vítima subliminar da
vítima real. É natural a posição de vítima de uma pessoa que perdeu um parente
e está fragilizada, como outra que foi assaltada ou foi submetida a algum tipo
de violência.
Perseguidor:
a pessoa que desempenha este papel de perseguidor tende a atacar alguém
assumindo o papel de forte, de dono da verdade, chegando a prepotência. Costuma
ser agressivo e sua fala é firme, convincente e autoritária. Quem adota este
papel com frequência tende a aproximar-se de pessoas com características de
vítima, pois assim ele consegue impor com mais veemência o seu perfil.
Também é importante diferenciar o perseguidor subliminar
do perseguidor real. Um policial exercendo o seu papel legítimo de poder é um
perseguidor real e isto é adequado e sadio.
Salvador:
a pessoa que desempenha este papel de salvador procura normalmente cuidar dos
outros. Estão sempre procurando as vítimas, para demonstrar o seu apoio, a sua compaixão
e solidariedade. Gostam de manter os outros dependentes, exatamente para poder
valer a sua postura de salvador da pátria. Une-se à vítima para atacar o
perseguidor.
Da mesma forma temos os salvadores reais, como
médicos, enfermeiros, psicólogos ou qualquer um que está dando um apoio a outra
pessoa que necessita realmente deste apoio devido a uma situação que ela está
vivendo.
Carolei, procure desenvolver relacionamentos sadios,
evitando assumir um destes três papeis, ou seja, você não precisa ser vítima,
nem salvador e nem perseguidor. Pode se-los de forma real se a situação assim
necessita, como já escrevi anteriormente.
Relacionamento sadio é um relacionamento de
empoderamento dos atores envolvidos, em que as pessoas procuram ser maduras, adultas,
resolvendo de forma adequada seus problemas, crises e interagindo com o outro
convidando este outro para agir da mesma forma.
Quero destacar que muitas vezes uma pessoa não está
adotando o papel de perseguidor, mas pelo fato de ter negado algo para outra
pessoa, esta outra pessoa pode elege-la como perseguidor indo, obviamente,
atrás de alguém para ser o seu salvador.
A pessoa que com maior frequência adota o papel de
vítima em sua vida, tende a provocar as outras pessoas, até estas “saírem do
sério” e as ofenderem ou serem um pouco mais ríspidas. É tudo que a vítima
quer, um motivo para queixar com algum salvador o como é incompreendida.
É frequente os papeis mudarem e aquele que é vítima
pode acusar o salvador que ele não o está ajudando em nada, aí ele passa a ser
o perseguidor do salvador. Da mesma forma o salvador pode acusar a vítima, em
determinado momento, que ele não está conseguindo ajuda-lo porque o outro não
se esforça em nada. É o salvador assumindo o papel de perseguidor.
O mais adequado é sairmos do Triângulo Dramático, xô
vítima, perseguidor e salvador! Vamos nos interagir de forma saudável com as
pessoas.
[i] Carolei significa Caro Leitor, uma
maneira carinhosa que encontrei para comunicar-me com você, leitor do meu blog.
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