segunda-feira, 25 de abril de 2016

Triângulo Dramático das Relações

Bom dia Carolei[i], como foi o fim-de-semana de vocês? O feriadão foi bom? Hoje quero escrever sobre o Triângulo Dramático das Relações. É isto mesmo, tem este nome porque é um processo dramático, tipo novela mexicana.
O Triângulo Dramático das Relações diz sobre os possíveis papéis que desempenhamos em nosso dia-a-dia nas relações com as pessoas. Trata-se do papel de vítima, perseguidor e salvador. É um processo tóxico e não sadio. Evitar este triângulo é o nosso desafio.
Este triângulo foi criado pelo criador da Análise Transacional o Dr. Eric Berne e posteriormente aprimorado por seu discípulo, o  Dr. Karpman e a ferramenta acabou recebendo o seu nome. Por isto que o triângulo também é conhecido como Triângulo Dramático de Karpman.
Em uma conversa com uma pessoa podemos adotar, por exemplo, o papel de vítima e depois com outra pessoa o papel de perseguidor e ainda o de salvador em um terceiro bate-papo. Existem situações em que a pessoa em uma mesma conversa pode passar pelos três papeis.
A tendência é cada um de nós adotarmos na vida um papel padrão de vítima, salvador ou perseguidor.
Vamos entender cada um destes papeis:
Vítima: a pessoa que tende, em sua vida, a desempenhar este papel de vítima normalmente fica na posição de “coitadinha”, de refém de uma outra pessoa que para ela é o seu algoz. Adota uma postura muquerela (murmurar, queixar, reclamar e lamentar). O seu discurso é que está em uma situação sem solução e em situações extremas afirma que tudo dá errado para ela. A vítima normalmente elege uma terceira pessoa para ser o seu anjo da guarda, ou melhor, seu salvador. Quem adota este papel de vítima com frequência tende a aproximar-se de pessoas que desempenham o papel de perseguidor, pois assim conseguirá mostrar o quanto é perseguido e frágil na relação.
É importante diferenciar a vítima subliminar da vítima real. É natural a posição de vítima de uma pessoa que perdeu um parente e está fragilizada, como outra que foi assaltada ou foi submetida a algum tipo de violência.
Perseguidor: a pessoa que desempenha este papel de perseguidor tende a atacar alguém assumindo o papel de forte, de dono da verdade, chegando a prepotência. Costuma ser agressivo e sua fala é firme, convincente e autoritária. Quem adota este papel com frequência tende a aproximar-se de pessoas com características de vítima, pois assim ele consegue impor com mais veemência o seu perfil.
Também é importante diferenciar o perseguidor subliminar do perseguidor real. Um policial exercendo o seu papel legítimo de poder é um perseguidor real e isto é adequado e sadio.
Salvador: a pessoa que desempenha este papel de salvador procura normalmente cuidar dos outros. Estão sempre procurando as vítimas, para demonstrar o seu apoio, a sua compaixão e solidariedade. Gostam de manter os outros dependentes, exatamente para poder valer a sua postura de salvador da pátria. Une-se à vítima para atacar o perseguidor.
Da mesma forma temos os salvadores reais, como médicos, enfermeiros, psicólogos ou qualquer um que está dando um apoio a outra pessoa que necessita realmente deste apoio devido a uma situação que ela está vivendo.



Carolei, procure desenvolver relacionamentos sadios, evitando assumir um destes três papeis, ou seja, você não precisa ser vítima, nem salvador e nem perseguidor. Pode se-los de forma real se a situação assim necessita, como já escrevi anteriormente.
Relacionamento sadio é um relacionamento de empoderamento dos atores envolvidos, em que as pessoas procuram ser maduras, adultas, resolvendo de forma adequada seus problemas, crises e interagindo com o outro convidando este outro para agir da mesma forma.
Quero destacar que muitas vezes uma pessoa não está adotando o papel de perseguidor, mas pelo fato de ter negado algo para outra pessoa, esta outra pessoa pode elege-la como perseguidor indo, obviamente, atrás de alguém para ser o seu salvador.
A pessoa que com maior frequência adota o papel de vítima em sua vida, tende a provocar as outras pessoas, até estas “saírem do sério” e as ofenderem ou serem um pouco mais ríspidas. É tudo que a vítima quer, um motivo para queixar com algum salvador o como é incompreendida.
É frequente os papeis mudarem e aquele que é vítima pode acusar o salvador que ele não o está ajudando em nada, aí ele passa a ser o perseguidor do salvador. Da mesma forma o salvador pode acusar a vítima, em determinado momento, que ele não está conseguindo ajuda-lo porque o outro não se esforça em nada. É o salvador assumindo o papel de perseguidor.
O mais adequado é sairmos do Triângulo Dramático, xô vítima, perseguidor e salvador! Vamos nos interagir de forma saudável com as pessoas.







[i] Carolei significa Caro Leitor, uma maneira carinhosa que encontrei para comunicar-me com você, leitor do meu blog.

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