quinta-feira, 28 de abril de 2016

Relacionamento Sadio

Hoje, Carolei[1], pretendo tecer alguns comentários gerais sobre o desenvolvimento de relacionamentos saudáveis. Já postei alguns temas como ciúme, inveja, cobiça, sentimentos, emoções, equilíbrio emocional e o triângulo dramático das relações. Outros tantos temas virão pela frente. A partir de hoje o blog terá alguma novidade somente nos dias pares, menos sábados, domingos e feriados.
É possível desenvolver relacionamentos saudáveis? O que deve ser feito para que os relacionamentos sejam saudáveis?
Primeiro é necessário entender o que vem a ser um relacionamento saudável. Em relação aos relacionamentos duradouros podemos dizer que um relacionamento saudável é aquele em que as partes envolvidas têm um sentimento de pertencimento, de solidariedade mútua, de cumplicidade e de parceria. Para isto acontecer você deve consultar o seu modelo mental. Tem pessoas que tem um modelo mental voltado para a competição, para o enfrentamento e, às vezes, em última instância, até mesmo para a discórdia. Impossível relacionamento saudável dentro desta premissa ou, pelo menos, o relacionamento tenderá a ser com um grau elevado de conflito.
Nos relacionamentos rápidos, nos contatos diários com quem pouco conhecemos,  o relacionamento sadio deve ser pautado pela comunicação clara, objetiva, cordial e sem intimidades, pois pressupõe que você não conhece o outro. O tempo cuidará disso, se for o caso.
Pessoas podem discutir e discordarem em muitos aspectos e manterem seus relacionamentos bem saudáveis porque existe respeito entre as partes, existe o entendimento que as diferenças podem somar e ajudar todos a crescerem pelo quanto cada um pensa diferente. Acontece que o ser humano é etnocêntrico em sua formação. Isto equivale dizer que sempre puxamos a sardinha para o nosso lado e defendemos com unhas e dentes a nossa religião, o nosso time de futebol, o nosso partido político, o nosso bairro, a nossa cidade, a nossa família e vai por aí afora. Difícil tomar distância e avaliar as coisas com senso crítico, ou seja, aquele senso que diz respeito a dados e fatos, está relacionado à comprovação, à ciência. O etnocentrismo tem sido um dos grandes motivos da ocorrência de guerras e a profusão de relacionamentos tóxicos.
Consigo realmente olhar para o outro sem o filtro de meus preconceitos? Consigo olhar para o outro observando as características deste outro sem o julgamento destas características? Quando converso com alguém quero convence-lo que eu estou certo ou quero compartilhar opiniões? Quais são as minhas premissas quando estou em interlocução com as pessoas? Sinto-me diminuído se o outro tem ideias ou sugestões melhores que as minhas? Qual é o problema do outro ser melhor que você? Qual o problema de você ser melhor que outras pessoas? Até mesmo porque não somos melhores que os outros em tudo, pois em muitos aspectos outras pessoas são melhores que a gente. Melhor ou pior é também uma forma de pensar que poderia ser substituído por ele ou ela têm algo que posso aprender com ele ou com ela. Simples assim.
Entender a diversidade é necessário para a sustentabilidade de relacionamentos sadios, pois a sociedade é construída pelo quanto as pessoas são e pensam de forma diferente.



[1] [1] Carolei significa Caro Leitor, uma maneira carinhosa que encontrei para comunicar-me com você, leitor do meu blog.

terça-feira, 26 de abril de 2016

OQUEIDADE

Você está Ok, Carolei[1]? Tudo bem com você? Bom, na verdade estou querendo saber como está a sua oqueidade. Hummm.... não entendeu? Vamos lá! Uma pessoa está ok, Carolei, em termos de Psicologia Transacional quando responde de forma adequada aos estímulos que recebe na leitura correta do cenário e, enfim, do contexto que está fazendo parte em determinado momento.
Os diálogos internos que a maioria de nós nos submetemos em nosso dia-a-dia nos leva a estarmos mais ou menos ok. Diálogos internos são julgamentos falsos que fazemos frutos de preconceitos, verdades absolutas, inseguranças e vai por aí afora. Exemplo de um diálogo interno: você faz, de forma excelente, determinado trabalho e depois acorda de madrugada achando que o trabalho não ficou bom. Outro exemplo de diálogo interno: conversando com determinada pessoa, a outra pessoa comenta que acha a maioria dos homens pouco confiantes e você, que é um homem, toma para si as dores do comentário e acha que ela disse que você não é confiável. Ficaríamos aqui mostrando muitos exemplos de diálogos internos. A característica principal do diálogo interno é a inferência que a pessoa faz mediante o comentário de outra pessoa, ou a avaliação pessoal de determinadas condutas que não possuem dados e fatos concretos. É importante estarmos ok em nossa vida. Segue um questionário sobre oqueidade para você autoavaliar e ver se anda ok ou não ok.


QUESTIONÁRIO DE INVESTIGAÇÃO DAS POSIÇÕES EXISTENCIAIS (OKNESS)

Nome:
Data:

Instruções: Assinale com um x a questão que melhor corresponder ao que você pensa e sente.

1)    Pelo modo como tenho vivido, acho que
A  ____   Gosto mais de mim do que dos outros.
B  ____   Gosto mais dos outros que de mim mesmo.
C  ____   Não gosto de mim nem dos outros.
D  ____   Gosto de mim e dos outros também.


2)    Quando realizo um trabalho, julgo que
A  ____  A maioria das pessoas o faria melhor do que eu.
B  ____  Ninguém seria capaz de fazê-lo muito bem.
C  ____  O fiz tão bem quanto alguns o fariam.
D  ____  O fiz bem melhor do que a maioria seria capaz de fazer.


3)    De um modo geral, sinto que
A  ____  Confio mais nas pessoas do que elas em mim.
B  ____  Confio nas pessoas e elas em mim.
C  ____  As pessoas confiam em mim mais do que deviam.
D  ____  É loucura confiar-se em alguém.


4)    Na vida social, noto que
A  ____  Procuro as pessoas e elas a mim.
B  ____  As pessoas me procuram e eu as evito.
C  ____  As pessoas não me procuram, nem eu a elas.
D  ____  Procuro as pessoas, mas elas são arredias.


5)    De um modo geral, considero que
A  ____  Minhas ideias são melhores que as dos outros.
B  ____  Minhas ideias são tão boas quanto as dos outros.
C  ____  As boas ideias são aquelas que ainda não surgiram.
D  ____  As ideias dos outros são melhores que as minhas.


6)    Para vencer na vida, a pessoa depende
A  ____  De si mesma e dos outros.
B  ____  Só de si mesma.
C  ____  Mais dos outros do que de si mesma.
D  ____  De fatores totalmente incompreensíveis.

7)    No meu relacionamento em geral, considero que sou
A  ____  Tão desajustado como a maioria.
B  ____  Tão ajustado como a maioria.
C  ____  Mais ajustado que a maioria.
D  ____  Menos ajustado que a maioria.


8)    Quanto a qualidades em geral, considero-me
A  ____  Tão ruim como a média das pessoas.
B  ____  Melhor que a média das pessoas.
C  ____  Tão bom como a média das pessoas.
D  ____  Pior que a média das pessoas.

9)    Quanto as minhas potencialidades, julgo que
A  ____  Não correspondo ao estímulo que me dão.
B  ____  Estou realizando mais do que eles fizeram por esperar.
C  ____  Estou correspondendo aos que me têm estimulado.
D  ____  Meu fracasso é culpa minha e dos outros.

10)Quanto ao sexo, considero que
A  ____  O masculino é melhor que o feminino.
B  ____  O feminino é melhor que o masculino.
C  ____  Nenhum dos dois presta.
D  ____  Ambos são bons.

Apuração (após preencher o questionário, confira o gabarito no final deste artigo e preencha o quadro abaixo):
                                                  OK


 
NÃO
NÃO OK - OK

_________
OK - OK

_________



OK
 OK
NÃO OK - NÃO OK

___________

OK - NÃO OK

_________

                                           NÃO  OK


EU
VOCÊ
SIGNIFICADO
POSIÇÃO SOCIAL
+
+
Seguir junto, buscando no outro o que pode agregar de valor para si e passando para os outros o que tem de melhor.
Realidade, okeidade
+
-
Tende a ficar sozinho, competição, tende a querer muitas vezes livrar-se do outro, tendência a prepotência.
Tendência a paranóia.
-
+
Muitas vezes você acha que o outro vale mais que você, tende a fugir das situações, sempre achando que o outro é melhor.
Tendência a depressão.
-
-
Corre o risco de não ir a lugar nenhum, ficar omisso, inoperante, não arrisca, medo de perder.
Banalidade, tendência a posição maníaca

.
            É comum o (- -)  fazer uma posição maníaca, onde primeiramente tudo é lindo e maravilhoso e depois entra em uma posição de desqualificar os outros. A oqueidade nos mostra uma posição social, ou seja, o que estamos fazendo com a gente mesmo.


Gabarito:



[1] [1] Carolei significa Caro Leitor, uma maneira carinhosa que encontrei para comunicar-me com você, leitor do meu blog.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Triângulo Dramático das Relações

Bom dia Carolei[i], como foi o fim-de-semana de vocês? O feriadão foi bom? Hoje quero escrever sobre o Triângulo Dramático das Relações. É isto mesmo, tem este nome porque é um processo dramático, tipo novela mexicana.
O Triângulo Dramático das Relações diz sobre os possíveis papéis que desempenhamos em nosso dia-a-dia nas relações com as pessoas. Trata-se do papel de vítima, perseguidor e salvador. É um processo tóxico e não sadio. Evitar este triângulo é o nosso desafio.
Este triângulo foi criado pelo criador da Análise Transacional o Dr. Eric Berne e posteriormente aprimorado por seu discípulo, o  Dr. Karpman e a ferramenta acabou recebendo o seu nome. Por isto que o triângulo também é conhecido como Triângulo Dramático de Karpman.
Em uma conversa com uma pessoa podemos adotar, por exemplo, o papel de vítima e depois com outra pessoa o papel de perseguidor e ainda o de salvador em um terceiro bate-papo. Existem situações em que a pessoa em uma mesma conversa pode passar pelos três papeis.
A tendência é cada um de nós adotarmos na vida um papel padrão de vítima, salvador ou perseguidor.
Vamos entender cada um destes papeis:
Vítima: a pessoa que tende, em sua vida, a desempenhar este papel de vítima normalmente fica na posição de “coitadinha”, de refém de uma outra pessoa que para ela é o seu algoz. Adota uma postura muquerela (murmurar, queixar, reclamar e lamentar). O seu discurso é que está em uma situação sem solução e em situações extremas afirma que tudo dá errado para ela. A vítima normalmente elege uma terceira pessoa para ser o seu anjo da guarda, ou melhor, seu salvador. Quem adota este papel de vítima com frequência tende a aproximar-se de pessoas que desempenham o papel de perseguidor, pois assim conseguirá mostrar o quanto é perseguido e frágil na relação.
É importante diferenciar a vítima subliminar da vítima real. É natural a posição de vítima de uma pessoa que perdeu um parente e está fragilizada, como outra que foi assaltada ou foi submetida a algum tipo de violência.
Perseguidor: a pessoa que desempenha este papel de perseguidor tende a atacar alguém assumindo o papel de forte, de dono da verdade, chegando a prepotência. Costuma ser agressivo e sua fala é firme, convincente e autoritária. Quem adota este papel com frequência tende a aproximar-se de pessoas com características de vítima, pois assim ele consegue impor com mais veemência o seu perfil.
Também é importante diferenciar o perseguidor subliminar do perseguidor real. Um policial exercendo o seu papel legítimo de poder é um perseguidor real e isto é adequado e sadio.
Salvador: a pessoa que desempenha este papel de salvador procura normalmente cuidar dos outros. Estão sempre procurando as vítimas, para demonstrar o seu apoio, a sua compaixão e solidariedade. Gostam de manter os outros dependentes, exatamente para poder valer a sua postura de salvador da pátria. Une-se à vítima para atacar o perseguidor.
Da mesma forma temos os salvadores reais, como médicos, enfermeiros, psicólogos ou qualquer um que está dando um apoio a outra pessoa que necessita realmente deste apoio devido a uma situação que ela está vivendo.



Carolei, procure desenvolver relacionamentos sadios, evitando assumir um destes três papeis, ou seja, você não precisa ser vítima, nem salvador e nem perseguidor. Pode se-los de forma real se a situação assim necessita, como já escrevi anteriormente.
Relacionamento sadio é um relacionamento de empoderamento dos atores envolvidos, em que as pessoas procuram ser maduras, adultas, resolvendo de forma adequada seus problemas, crises e interagindo com o outro convidando este outro para agir da mesma forma.
Quero destacar que muitas vezes uma pessoa não está adotando o papel de perseguidor, mas pelo fato de ter negado algo para outra pessoa, esta outra pessoa pode elege-la como perseguidor indo, obviamente, atrás de alguém para ser o seu salvador.
A pessoa que com maior frequência adota o papel de vítima em sua vida, tende a provocar as outras pessoas, até estas “saírem do sério” e as ofenderem ou serem um pouco mais ríspidas. É tudo que a vítima quer, um motivo para queixar com algum salvador o como é incompreendida.
É frequente os papeis mudarem e aquele que é vítima pode acusar o salvador que ele não o está ajudando em nada, aí ele passa a ser o perseguidor do salvador. Da mesma forma o salvador pode acusar a vítima, em determinado momento, que ele não está conseguindo ajuda-lo porque o outro não se esforça em nada. É o salvador assumindo o papel de perseguidor.
O mais adequado é sairmos do Triângulo Dramático, xô vítima, perseguidor e salvador! Vamos nos interagir de forma saudável com as pessoas.







[i] Carolei significa Caro Leitor, uma maneira carinhosa que encontrei para comunicar-me com você, leitor do meu blog.